"A eficácia do ser humano com o ambiente depende de suas próprias capacidades e de como estão projetados os ambientes e objetos que o rodeiam." (Silvana Cambiachi)



19 de mar. de 2011

Estudo de Caso 2 ST. Coletta school

1.7.2  ( Escola para autistas)


1.7.2.1 Historia



 A St Coletta de Washington maior organização não-governamental, sem fins lucrativos que opera com programas para adultos e crianças com deficiências cognitivas e autismo.  A St Coletta foi fundada em 1959 por pais de uma criança com síndrome de Down. Ao longo dos anos desde então mudou-se para vários locais diferentes.  Em setembro de 2006, foi concluída uma nova escola em  Washington, DC (Figura 14).


Hoje, a St Coletta atende mais de 300 crianças e adultos com deficiências cognitivas,  autismo e deficiência secundária.
1.7.2.2 filosofia
Acreditar  no valor inerente do indivíduo independentemente de sua taxa de desenvolvimento e capacidade de aprendizagem. Cada pessoa tem  direito ao treinamento e suporte necessários  para atingir seu pleno potencial. Acreditar que as pessoas aprendem melhor fazendo, por isso as atividades sempre são baseadas no tema que permite a experimentação e a tentativa e erro. As atividades ocorrem  freqüentemente em ambiente natural, assim, os indivíduos gastam muito tempo na Comunidade.


1.7.2.3 Programa de educação


O programa é uma extensão da filosofia da escola que sublinha a importância de construir, celebrando as forças individuais. O programa básico da St Coletta inclui: acadêmicos funcionais, habilidades de vida diária, com base na Comunidade, instrução, adaptação e educação física, educação artística, conhecimentos de informática e formação profissional. Os alunos ganham um certificado de conclusão do IEP após a formatura.
O programa que envolve o autista com a comunidade, é muito importante e necessário. Absorver e transmitir essas  experiências para o projeto,será de fundamental relevância para atingir um dos objetivos específicos, a  inclusão social.
As terapias oferecidas são: fonoaudiologia,  terapia ocupacional (Figura 15), fisioterapia, música e arte terapia, hidroterapia, tecnologia assistencial, aconselhamento, trabalho social, serviços, comportamento gerenciamento da visão, terapia  e serviços de enfermagem .



Figura 15

As  abordagens, concentram-se nos pontos fortes ao invés de pontos fracos. Essas abordagens incluem o uso de comunicação por imagens, terapias sensoriais, intervenção de comportamento positivo e gerenciamento de ambientes baseado no programa TEACCH. Procura-se a cada dia  praticar os valores da amizade, bondade e auto-estima e fazer com que sintam-se parte da comunidade.
Para que o gerenciamento dos ambientes ocorram de forma satisfatória, é imprescindível que se pense nos métodos a serem aplicados no local, no momento da concepção do edifício. Transpor ao projeto os artifícios dos métodos educacionais mais utilizados e funcionais, através das formas e cores por exemplo,  irá ao encontro de mais um dos objetivos específicos deste projeto, que é o de promover a aprendizagem dos autistas.

O programa para adultos oferece oportunidades para participar na formação profissional e pré-profissional, emprego com suporte, treinamento de habilidades de vida e integração da Comunidade para alcançar uma maior independência aos 18 anos (Figura 16). Muitos desses indivíduos, embora sem sucesso em situações de trabalho tradicionais, são extremamente talentoso em outras áreas. O programa está em constante evolução para atender às necessidades de cada indivíduo e encontrar saídas para seus muitos talentos.


Figura 16

O trabalho é um artifício muito eficiente, para integração com comunidade,como afirma  HERTZBERGER (1999 pag. 68), “a razão mais importante para o intercâmbio social sempre foi o comércio.” Os estudos já descritos mostram a importância dessa relação dos portadores de deficiência com a sociedade, então caberá a este projeto propiciar espaços que promovam e instiguem essa relação: autista-sociedade-trabalho. Buscando um local para que possa ser projetado  um edifício que tenha a possibilidade de um comércio, sem perder o silêncio indispensável para o equilíbrio dos usuários.



1.7.2.4  Implantação

 



Arquiteto responssável- Michael Graves & Associates

A implantação em uma  área de 99000 metros quadrados  na  cidade de Washington,  consiste em um conjunto de casas-escolas que rodeiam uma grande galeria.  A entrada e instalações comuns (Figura 16) - estão localizados ao longo da Avenida Independência e expressa em pavilhões geométricos folheados em telha de vidro colorida.

É muito interessante o partido adotado pelo arquiteto em dispor a estrutura em casas ao invés de simplesmente salas de aula. Este artifício auxilia na transição da criança, de sua casa para a escola, pois ela identifica o ambiente como familiar. Como diz HERTZBERGER (1999 pag. 28) “ Se você não tem um lugar que possa chamar de seu, você não sabe onde está! ”

Para MONTESSORI APUD HERTZBERGER (1999) Afinidade emocional da criança com o espaço a sua volta da-se através dos cuidados diários com a sala de aula, como se fosse a sua própria casa.

 

1.7.2.5 Análise da planta baixa pav. Superior

Suítes para alunos são articuladas como uma série de casas, Figuras (17 e 18) com jardins privados e se relacionam com a escala do bairro residencial adjacente, internamente, a frente das casas dá para um espaço comum de altura dupla chamado  vila verde. Há um ginásio de tamanho completo, uma sala de hidroterapia, sala sensorial e estúdios de arte e música. 

 

Figura 18

Conforme a figura 18 o interior de cada casa está pintado de uma cor diferente, o que torna-se um dispositivo uma  maneira para que os alunos identifiquem-se como  uma comunidade, esta é uma parte vital da filosofia de ensino da escola.

1.7.2.6 Análise da planta baixa pav. Superior

 

 

As diferenças no pé direito, conforme figura 18, provocam as sensações territoriais de espaço público e privado, sendo as salas de aula causadoras de identificação com suas casas ( espaço privado),  os corredores são as ruas (espaço público).

Hertzberger (1999), diz que podemos expressar as diferenças do grau de relevância das formas, e das possibilidades de acesso aos espaços quando ao projetar, introduzir essas diferenças pela articulação de forma, luz, material e cor. Podendo assim aumentar a consciência dos usuários quanto a composição do edifício.

A opção de elevar a administração, pode ser a princípio uma boa opção, porém restringe o livre acesso aos alunos.

 

                              Figura 19

                     Fonte: http://www.michaelgraves.com

 

7.1.2.7 Considerações Finais


O arquiteto Michael Graves consegue transpor para o projeto muitas sensações diferentes aos usuários, através das diferentes alturas do pé direito e cores diferenciadas nos  ambientes, de acordo com sua hierarquia. E segundo KOSHLSDORF (1996) as sensações cumprem uma função específica  de orientação no espaço, para identificação dos lugares. (Figura 19) A sensação é a matéria prima da percepção.
A forma porém, conta com um pouco de exageros, tem um resultado muito explicito e de acordo com Hertzberger (1999) devemos projetar algo que provoque  reações específicas as situações, não que o projeto deva ser apenas neutro e flexível, mas que tenha eficácia e polivalência.

Um comentário:

  1. boa Noite, estou fazendo meu pre Tfg em arquitetura com um tema parecido com seu. O meu é uma escola clinica de apoio a crianças com TEA. Vi que é muito difícil encontrar dados sobre o assunto, se puder compartilhar algo que tenha achado no seu. desde ja obrigado.

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